Que dor, que dor absurda. Não sei ao certo de onde ela vem, se do útero ou do coração, só sei que dói. Dói uma dor de perda, de interrupção do esperado, mas também do inesperado – como seria se tivesse ido até o fim? – Dói uma dor de culpa. Sim, a culpa por ter tido pensamentos que não deveria e, por isso, veio o castigo. A culpa pelo sentimento de alívio, afinal, a vida continuará sendo a mesma – Mas que espécie de mulher eu sou por pensar isso? Mãe perfeita é que não é! – Mas é necessário conseguir. Meu marido, minha família, meus amigos, todo mundo espera por isso… os decepcionei, tenho algo de errado, não consegui segurar o bebê.
E quando a perda é de alguém que ainda não foi conhecido, mas já muito esperado?
Pois é… isso acontece!
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