De um tempo para cá se fala cada vez mais na depressão pós-parto. Mas afinal, você entendeu do que realmente se trata?
Bom, a depressão pós-parto é uma manifestação psicopatológica importante, pois se manifesta em aproximadamente 10 a 15% das mulheres recém mães apenas entre os três primeiros meses após o parto, quando esse tempo é estendido estende-se, também, sua incidência.
Se tratando da severidade, a depressão pós-parto está localizada entre o baby blues (que eu já falei aqui no blog) e a psicose pós-parto (que é tema para um artigo futuro).
A mulher pode “pular” o baby blues e apresentar diretamente a depressão, mas a recorrência maior é que se apresente após o primeiro, como “piora” da tristeza pós-parto.
A depressão pode ser leve, moderada ou severa e em todos os casos recomenda-se o acompanhamento psicológico. Nos dois últimos pode ser necessário, também, o acompanhamento psiquiátrico para auxilio com a medicação.
Pode levar de 4 semanas a 4 meses para manifestar-se, ou ainda surgir mais tardiamente, sendo durante o primeiro ano de vida do bebê. Além disso, a duração pode persistir por mais de um ano, mesmo com o acompanhamento adequado.
–> Lembro aqui, aquela velha e verdadeira frase: cada caso é um caso! E, por conta disso, uns podem demorar mais outros menos, o importante é fazer o tratamento para que tudo se resolva da melhor forma possível.
A depressão pode ter influências:
- genéticas;
- do contexto cultural;
- de mudanças fisiológicas no seu desenvolvimento;
- e de estressores psicológicos (fatos e acontecimentos que causam estresse);
Pensando nesses fatores, todos, com exceção do primeiro, podem ser ocasionados pela gestação, parto e pós-parto.
Ou seja, se pararmos para observar melhor, a mulher passa por muitas transformações que facilitam a depressão.
Essas transformações vão acontecendo de maneira mais lenta durante a gestação, só que aí…. vem o parto! Aquele que pode ser o mais estressor de todos do processo gravídico puerperal (da gravidez ao pós-parto), pois é o momento em que a maioria das mudanças se concretizam. Um “BUM” de emoções, acontecimentos, além das mudanças radicais e permanentes. Mudanças essas que vão se tornando ainda mais concretas durante o puerpério (pós-parto), aquilo que estava na espera do imaginário está, agora, acontecendo, não tem mais volta.
1. Sintomas
Basicamente a depressão pós-parto é atribuída a uma tristeza muito grande, profunda e prolongada que pode ser acompanhada pela perda da auto-estima, perda da motivação para a vida e podendo ser, na maioria das vezes, incapacitante para as pessoas.
Outros sintomas que podem surgir são:
sentimentos de incapacidade de cuidar do bebê; dificuldades para enfrentar a nova configuração familiar; instabilidade do humor (mas sempre com a tristeza predominante); sentimento de desemparo e desesperança; falta de energia e motivação para qualquer atividade (inclusive as que eram prazerosas anteriormente); desinteresse sexual; alterações alimentares e/ou do sono (aumento ou diminuição); sensação de ser incapaz de lidar com novas situações; preocupação com o bem-estar do bebê cuja a intensidade pode variar de exagerada à muito baixa; e pensamentos suicidas.
Por conta desses sintomas a mulher pode expressar
- sentimentos de culpa;
- choro frequente;
- e queixas psicossomáticas (sem causa orgânica) como: dor de cabeça; dores nas costas; erupções vaginais; dor abdominal;
Sim. São muitos os sintomas que uma mulher com depressão pós-parto pode apresentar, mas explico aqui que não é obrigatório o aparecimento de todos e sim de um grupo deles, pois cada uma é única e, por isso, nem todas manifestarão os mesmos sintomas.
Mas isso não quer dizer que umas podem sofrer menos e outras mais, todas necessitam de atenção e cuidado especializado.
2. Apontamentos Importantes
A depressão pós-parto tende, durante o primeiro ano de vida do bebê, ser de leve a modera (não é regra) e, por conta disso, seu diagnóstico precoce acaba sendo mais difícil, pois essas mulheres e seus familiares julgam ser algo momentâneo e que cessará espontaneamente.
Porém, esse comportamento pode levar à piora da depressão, deixando-a severa e, as vezes, a ponto de internação.
Além disso, a severidade da depressão pós-parto, pode estar relacionada com a frustração das expectativas relacionadas com a maternidade incluindo: o papel de mãe; o bebê imaginado X o bebê real; se o bebê foi planejado ou não; e com a vida que se estabeleceu com a chegada da criança.
CONCLUSÃO
Depressão NÃO é uma doença da qual SE CURA SOZINHA.
- durante a gestação, parto e pós-parto (puerpério) a mulher sofre influências do contexto cultural, de mudanças fisiológicas e estressores psicológicos com as transformações que já estão acontecendo e ainda irão acontecer e sua vida.
- Existem muitos sintomas que podem caracterizar a depressão, mas isso só acontece se houver a manifestação de um conjunto deles (o diagnóstico só pode ser feito por psicólogos e médicos) – cada pessoa apresenta um conjunto diferente.
- É importante ficar atenta aos seus sentimentos e o que acontece com você (ou com alguém que você conheça) para buscar por ajuda adequada o quanto antes, assim, caso exista a depressão, sua piora pode ser evitada. – se houver dúvidas, converse com o ginecologista obstetra ou com um psicólogo de sua confiança.
É isso, mamães, espero ter ajudado. E busquem sempre a opinião de um profissional, pois assim como a saúde física, com a saúde mental também não se brinca.
Não esqueçam de compartilhar para que possa ajudar outras mulheres!
2 Comentários
Adorei o blog, meus parabens!!
Obrigada Sarah! Será sempre bem-vinda! 😀